sexta-feira, 15 de maio de 2009

Entrevista a Juliet Marillier (Parte 3)

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15º - Gostaria de fazer um projecto em parceria com outro autor? Quem escolher para trabalhar consigo?
Eu não me imagino a fazer algo assim, mas se fizesse iria escolher um escritor cuja forma de contar as histórias fosse razoavelmente parecida com a minha. Talvez a escritora australiana Kate Forsyth, autora da saga Withes of Eileannan, ou o escritoor de romances históricos célticos Jules Watson.


16º - Existe algum livro de outro autor que gostaria de ter escrito mas que “infelizmente” essa pessoa teve a ideia primeiro?
Não é tanto que outros autores tenham tido a ideia que eu também já pensara, é mais o facto de que há certos livros que eu admiro muito e gostaria de os ter escrito!


17º - Veio a Portugal no ultimo Verão. Gostou da viagem?
Sim, gostei, especialmente a minha ida aos edifícios históricos extraordinários de Sinta, e a oportunidade de conhecer tantos fãs! Eu fui extremamente bem recebida. A estadia em Lisboa também foi muito boa. Espero que possa voltar brevemente, e talvez ficar em Portugal o tempo suficiente para ver um pouco mais do país.


18º - E algum dia pensou em escrever um romance passado em Portugal, ou em Espanha?
É uma possibilidade para o futuro. Eu tenho um enredo interessante já imaginado que pode começar em Portugal ou Espanha, e depois levar as personagens para uma longa viagem a algum lado – seria mais romance histórico do que fantasia.


19º - Gosta de animais?
Eu adoro animais. A minha vida anda à volta dos meus dois cães e do meu gato. Eu tenho uma tendência para adoptar animais abandonados, e actualmente tenho uma cadela que adoptei quando ela já era velha, e estava abandonada. Eu tenho algumas novas fotografias de autor tiradas, em que numa delas o outro cão, Gretel, aparece comigo. Quando vejo televisão, é normalmente programas acerca de veterinários ou de cuidar de animais.


20º - Recentemente a Juliet apanhou um grande susto ao ser-lhe diagnosticado um tumor. Felizmente, o prognóstico está a ir bem. Mas como lidou com a notícia? O que mudou na sua vida?
Ainda estou a lidar com isso – a notícia foi um grande choque. Sim, poderia ter sido muito pior, mas estou a entrar num longo período de tratamento que me porá bastante doente, por isso irei trabalhar com empenho para mostrar coragem e manter-me calma. Após ter estado muito desanimada durante a primeira semana, decidi que não iria ouvir nenhum comentário negativo acerca da minha situação, daí ter colocado algumas mensagens no meu site, dizendo aos meus leitores para me enviarem apenas mensagens positivas (e recebi alguns emails lindos). O que mudou na minha vida? Muita coisa. Estou a anotar mentalmente todas as coisas bonitas à minha volta, e a pensar em todas as minhas boas experiências que tive no passado, e que arquivei da minha vida. A um nível mais prático, eu comecei a praticar uma dieta, estou a tentar manter a minha rotina de exercícios numa forma modificada, e estou a beber pelo menos oito copos de água por dia! E não estou a escrever à minha velocidade normal. Uma série destas coisas é a preparação para a quimioterapia, que vai puxar muito pelo meu corpo. Ter um descanso de não escrever far-me-á provavelmente ler mais livros (yay!) e fazer alguns trabalhos manuais, como croché.


21º - Durante esta entrevista contou-nos um pouco acerca de si e sobre os seus métodos de escrita. Os fãs portugueses gostariam de receber algumas palavras, conselhos, queremos que a Juliet lhes diga algo.
Eu não quero parecer demasiado séria nesta parte. No último mês e meio o meu pensamento tem estado ocupada com grandes questões: vida e morte, doença e saúde, o que faz com que as pessoas sejam curiosas, e por aí adiante. Na verdade, eu gostaria de dar aos meus fãs portugueses um grande obrigado por me ajudarem de forma tão maravilhosa e continuarem a ler os meus livros com gosto e apreciação. Significa muito para mim saber que vocês gostam assim tanto da minha escrita. Eu descobri que os meus leitores portugueses são altamente inteligentes (como pode ser demonstrado pelo tipo de questões que me fizeram) e extremamente cordiais e amigáveis.
Para aqueles de vocês que são escritores ou artistas criativos, continuem a trabalhar com força, sigam os vossos sonhos e tenham fé em vocês mesmos! Para aqueles que simplesmente adoram ler, espero que as vossas leituras vos empurrem para dentro dos mundos da imaginação, e façam com que a vossa vida diária brilhe mais.


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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Entrevista a Juliet Marillier (Parte 2)

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8º - As suas personagens reflectem pessoas que conhece ou são totalmente produto da sua imaginação?

Eu penso que todos os escritores usam recursos de pessoas que conhecem, quando estão a criar personagens. A origem dos recursos de toda a ficção é a experiência pessoal do autor. Contudo, eu não baseio personagens em pessoas que conheço – elas são sempre uma mistura.

9º - E a sua criatividade para escrever as histórias? De onde vem a sua imaginação? Alguma vez se baseou em algo que lhe aconteceu?
Isto é extremamente difícil de responder. Não sei se as pessoas nascem com uma imaginação fértil, se a desenvolvem durante o seu crescimento, ou talvez um pouco de ambas as coisas. Eu fui certamente influenciada pelos livros e pelas histórias de que vivi rodeada, e fui encorajada pelos meus pais a ler e a escrever.
Certas vezes uso a minha experiência pessoal, os meus medos, erros e desejos para os livros. Por exemplo, quando a Paula está na sua missão n’O Segredo de Cibele, eu dei-lhe alguns desafios que representam os meus piores medos (passar por uma inconstante ponte suspensa, e estar debaixo do chão na total escuridão).

10 – A Juliet é uma escritora regrada?
Tenho um bem organizado dia de trabalho, com um horário baseado à volta dos passeios e das refeições dos meus animais! Normalmente sigo o mesmo horário todos os dias, mas certas vezes eu uso a tempo a escrever o novo livro, e outras a melhorá-lo, a responder a emails e a cartas, trabalhar nas minhas contas, e uma série de outras tarefas que fazem parte do trabalho de um escritor profissional.

11º - Ouve música enquanto escreve? Quais são os seus cantores favoritos?
Normalmente enquanto estou a escrever prefiro o silêncio, e se quiser ouvir alguma coisa a minha escolha vai recair em algo estritamente intrumental, porque as letras das músicas distraem-me. Cantores favoritos: eu gosto de Loreena McKennitt, de Karen Capercaillie, Runrig e Solas. Mais perto da parte do mundo em que estão, também gosto da música de Carlos Nunez e do grupo Luar na Lubre.

12º - Recentemente escreveu “Heir to Sevenwaters – O Herdeiro de Sevenwaters” (que será publicado em português a 8 de Maio). Foi para si uma boa experiência regressar às personagens e aos cenários da trilogia que tanta gente encantou?
Eu gostei muito de escrever “O Herdeiro de Sevenwaters”. Não tinha a certeza de como me sentiria acerca de voltar àquele mundo e àquelas personagens, mas assim que comecei tudo decorreu de forma muito natural.

13º - Entre os livros que escreveu, tem algum favorito? E, de todos os livros que já escreveu, pode sugerir um deles para alguém que queira começar a ler a sua obra?
Escolher um favorito é difícil, porque gosto de cada livro por diferentes razões. Eu penso que é um empate entre “O Filho das Sombras” e “O Poço das Sombras”. “O Filho das Sombras” porque eu adorei criar o bando de guerreiros fora-da-lei de Bran, e “O Poço das Sombras” porque penso que contém a minha melhor e mais madura história de amor.
Por que livro começar? Ou “A Filha da Floresta”, ou “O Filho de Thor”, ou ainda “Danças na Floresta” – dependendo de cada leitor.

14º - Está a ler algum livro actualmente?
Estou prestes a começar “Revelation”, de C.J.Sansom. Os seus livros são fantásticos! São romances históricos e policiais, passados no tempo de Henrique VIII. E Samson faz com que esse período da história pareça regressar.

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Entrevista a Juliet Marillier (Parte 1)

Exclusivo do Lydo e Opinado (www.lydoeopinado.blogspot.com)

1º Pode-nos dizer com que idade começou a escrever histórias, ainda que não tivessem o formato de um romance?
Comecei a escrever histórias por volta dos sete anos de idade. Ainda tenho uma delas, sobre um robot violento. Era uma história bastante violenta – centenas de pessoas morriam nela!

2º Enquanto criança, quais eram os seus livros e escritores favoritos?Beatrix Potter, Alison Uttley (os livros Little Grey Rabbit), os livros de Tove Jansson Moomin, os livros de Nárnia, de C.S.Lewis. Quando era um pouco mais velha, eu adorava Little Women, de Louisa May Alcott, e The Secret Garden e A Little Princess, de Frances Hodgson Burnett. Eu também gostava dos romances históricos de Rosemary Sutcliffe.

3º Vamos falar da escola. Quando a Juliet era estudante tinha boas notas?
Sim, eu tinha boas notas, especialmente em qualquer coisa que tivesse a ver com línguas ou história. Também dominava bastante bem em matemática e ciências, mas nunca gostei de nenhuma das duas, e afastei-me delas o mais cedo que pude. Não era boa em desporto. Tinha de usar óculos muito grossos, e não tinha confiança nenhuma com esforços físicos.

4º Os editores aceitaram de forma imediata o seu primeiro romance, A Filha da Floresta?Eu enviei-o a um editor local, que mo enviou de volta com uma carta simpática, e que dizia que, embora não fosse o seu tipo de livro, um dos principais editores poderia estar interessado. Eu fiz uma pequena revisão, e depois enviei-o a Pan Macmillan, na Austrália, e eles aceitaram tanto A Filha da Floresta como O Filho das Sombras, que estava apenas parcialmente escrito na altura.

5º Quando teve a ideia de publicar A Filha da Floresta, imaginava que poderia vir a ter todo o sucesso que os seus livros teriam no futuro? Quais eram as suas expectativas?As minhas expectativas não eram muito elevadas. Eu tinha escrito o livro sem qualquer intuito de o publicar – na verdade, eu escrevi-o porque tinha um forte desejo de contar aquela história particular daquela forma. Portanto, eu estava extremamente ansiosa por ter um livro publicado, e não conseguia imaginar mais do que ver o meu romance na prateleira de uma livraria.

6º O que a fascina nos cenários Irlandeses que tanto usa nas suas histórias?
Os meus antepassados viveram na Escócia e na Irlanda, e eu cresci lendo acerca da mitologia e das tradições dos países célticos. Outro aspecto importante é que, em muitos pontos, a paisagem desse locais é parecida com a zona da Nova Zelândia onde nasci.

7º - Tem por hábito viajar a lugares que depois inclui nas suas histórias?
Quando é possível, sim, gosto de visitar os lugares onde os livros se passam. Normalmente viajo enquanto escrevo o livro. Quando volto, trabalho nas descrições naturais, na forma como a luminosidade ilumina, no tempo, no terreno, e por aí adiante. É possível obter essa informação em livros ou menos na Internet, mas nada é melhor do visitar o país de forma pessoal.

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